Veja a matéria do site Animix sobre o anime Death Note.
No dia 03 de outubro de 2006 entrava no ar pela Nippon TV um anime que com certeza revolucionária a história do anime no mundo, sendo marco inicial pra uma linhagem de animes mais elaborados e pensados e abrindo novos horizontes para todos os fãs de animes. Death Note teve um impacto tão surpreendente quanto polêmico por todo mundo, e ainda causa polêmica em alguns países. Os que não assistiram ou leram Death Note devem pensar como todo fã de Shonen: “Qual a graça de um anime onda não existem lutas físicas?”Um dos pontos fortes de Death Note, além da intensa carga de mistério, é a capacidade de mexer com os sentimentos ou pensamentos mais profundos, fazendo-nos enxergar de uma só vez os dois lados da moeda, e propondo questionamentos como: “O que eu faria se tivesse o poder de matar qualquer pessoa em minhas mãos?” ou até mesmo “O que é justiça?”A primeira vista isso parece um tanto doentio, mas vamos nos aprofundar melhor no complexo universo de Death Note e tentar entender melhor tudo que se passa.Muitos dos que vêem animes estão acostumados a ver um mangaká que cria e desenha as histórias, mas para atingir um nível superior de qualidade foi preciso fazer diferente. Death Note conta não só com um ilustrador, quanto com um roteirista (tão misterioso quanto seus próprios personagens). São esses, respectivamente, Takeshi Obata e Tsugumi Ohba.Tsugumi Ohba (大場つぐみ) talvez tenha seja a maior incógnita do mundo dos mangás/animes. Suas únicas obras conhecidas são Death Note e Bakuman, o que faz com que muitos (inclusive eu) acreditem que Ohba seja apenas um pseudônimo para esconder sua verdadeira identidade, que seria um famoso escritor Japonês.Alguns acreditam que Tsugumi seja na verdade Hiroshi Gamou, autor da série de mangá Tottemo! Luckyman, devido a algumas referências que a série faz a Death Note. Especula-se que ele esconde sua identidade por Death Note ser completamente diferente de sua série anterior.As únicas informações disponíveis sobre Tsugumi, que foram cedidas pela licenciadora norte-americana VIZ Media, é que Ohba nasceu em Tokyo, seu Hobby é colecionar xícaras de chá e passar dia e noite desenvolvendo enredos de mangá, enquanto segura seus joelhos na cadeira... aos que assistiram, conseguem traçar um paralelo entre ele e um dos personagens da série? Talvez isso explique a veracidade do L, apesar de ele não se encaixar em nenhum lugar do mundo.O outro lado da moeda, Takeshi Obata (小畑 健) também não é uma figura tão normal quanto os outros mangakás, o que é de se esperar de um ilustrador tão genial.Portador de um traço único, Takeshi nasceu no dia 11 de Fevereiro de 1969, em Niigata. É amplamente conhecido por mangás como Death Note e Hikaru no Go (roteiro de Yumi Hotta), mas também tem em seu portfólio obras como 500 Kounen no Shinwa (1985), Cyborg Jiichan G (1989, sob o pseudônimo de Ken Kobatake), Deteki teoku Rei! Kami Tarō-kun, Arabian Majin Bōkentan Lamp Lamp (1991–1992, roteiros de Sendo Susumu), Mugen Dōshi – Dream Master,Rikijin Densetsu – Oni wo Tsugu mono (1992–1993, roteiros de Masaru Miyazaki), Ningyō Sōshi Ayatsuri Sakon (1995–1996,roteiros de Sharakumaro), Hajime (2003, roteiros de Otsuichi), Lust For Life e Adidas Manga Fever (roteiros de Sho-u Tajima e Hiroyuki Asada), Blue Dragon - RalΩGrado (2006), Hello Baby (2007, roteiro de Masanori Morita), Urooboe Ouroboros (2008, roteiro de Nishio Ishin), Bakuman (2008 - ainda em andamento, roteiros de Tsugumi Ohba).Outra curiosidade sobre Takeshi é que ele foi mentor de mangákas famosos, como Kentaro Yabuki, autor de Black Cat, e Nobuhiro Watsuki, de Rurouni Kenshin.Em setembro de 2006, pouco antes de Death Note ir para as telas da TV, Obata foi preso por portar uma faca militar em seu carro. Originalmente, teria sido parado por dirigir com faróis apagados durante a madrugada. Ao alegar que usava a faca para acampar, já que não encontrara a ferramenta adequada, e após admitir estar arrependido, foi solto no dia seguinte.Death Note teve seu mangá publicado na revista Shonen Jump, responsável também por sucessos como Bleach e Naruto, de janeiro de 2004 a maio de 2006, totalizando 108 capítulos compilados em 12 volumes, e seu sucesso foi tão surpreendente que foi adaptado para três longa-metragens live actions pela Warner Bros. Japonesa. Seu primeiro filme foi lançado em 17 de junho e o segundo em 3 de novembro de 2006. O terceiro filme se chama “L Changes the World”, que foca na historia de L no anime, sendo um spin-off da série.Como dito anteriormente, no dia 3 de outubro de 2006 Death Note chegou às telas japonesas com sua versão em anime, terminando no dia 26 de julho de 2007. A série baseada no mangá foi animada pelo estúdio Madhouse, que é responsável por animes como Tokyo Tribe 2, Kiba, Paradise Kiss, Monster, Paranoia Agent, Gunslinger Girl, Gungrave, Chobits, Hajime no Ippo , Boogiepop Phantom, Di Gi Charat, Trigun, Cardcaptor Sakura, Ninja Scroll, Last Order: Final, Fantasy VII, Perfect Blue, Millennium Actress, BECK - Mongolian Chop Squad, Beyblade (primeira série), Devil May Cry, entre outros.Também foi feita uma adaptação para uma light novel escrita por Ishin Nishio, com ilustrações de Takeshi Obata, intitulada Death Note: Another Note Los Angeles BB Renzoku Satsujin Jiken, lançada em 1º de agosto de 2006 pela Shueisha.Quando Raito começa a matar compulsivamente criminosos presos ou não, nasce a lenda de um Deus que estaria punindo os criminosos, e esse se chamaria Kira. O índice de criminalidade começa a diminuir, as autoridades japonesas começam a desconfiar das sucessivas mortes que têm acontecido, todas com a mesma causa, e começam uma investigação, sem muitos resultados, até que tudo começa a mudar.O melhor detetive do mundo, conhecido apenas como L, é atraído para o “Caso Kira” e começa a investigar o caso. A princípio, dizer “o melhor detetive do mundo” pode parecer infantil, se não estivéssemos falando de L. Como a maioria dos grandes gênios da história, L foge completamente do que chamamos de normal. Pra quem espera um sujeito alto e misterioso, usando um sobretudo marrom, um chapéu e um cachimbo, a surpresa vai ser enorme ao ver L pela primeira vez. Um jovem que tem vício por doces e hábitos estranhos seria genial o suficiente para enfrentar Kira, que detém o poder de matar qualquer pessoa?Se respondeu sim, está corretíssimo. L é tão genial que cria estratégias para driblar os poderes de Raito, e entra no caso de cabeça, pondo sua vida em jogo para deter Kira.A batalha mental entre Raito e L é tão intensa que te eleva a um novo nível de pensamento enquanto assiste a série, e abre novos horizontes para o pensamento tradicional, superando inclusive a falta de lutas físicas. A intensidade e veracidade dos personagens é tamanha que faz com que você se divida entre qual lado está correto, Raito ou L, e aí começam os questionamentos. Matar assassinos, ladrões e políticos corruptos é justiça ou apenas faz com que você seja igual aos que está matando? Os ideais de Kira são nobres, mas seria essa a maneira correta de mudar o mundo? Comentem!Assim como um exímio jogador de xadrez faria, Raito usa todas as peças possíveis para completar seu objetivo, até mesmo Amane Misa, uma garota detentora de um 2º Death Note que se apaixona por Raito.As referências de Death Note vão além do que podemos ver se apenas assistíssemos o anime sem olhos mais curiosos. A série utiliza muito da simbologia (principalmente a cristã). Tenhamos em mente que, teoricamente, Kira (Raito) seria o Deus de um novo mundo para começarmos a falar sobre esse tópico, que pra mim, é um dos mais interessantes.Na segunda abertura de Death Note (What’s up people?!) vemos Misa deitada sobre várias rosas, que, segundo a iconografia cristã, representam o cálice que recolheu o sangue de Cristo. Misa é o suporte de Kira, e sem sua colaboração talvez este não teria obtido sucesso em seus planos. Raito se vê como o Deus do novo mundo (Deus na terra = Cristo), então simbolicamente falando, Misa recolhe o sangue de Raito, sentindo na pele o peso de sua ambição, mas encara-as porque entende que a única forma de ser feliz é ao lado de Raito.Ainda na segunda abertura, podemos ver a presença de rosas azuis, que são o símbolo do impossível. Para Raito, um humano pecador e com poderes limitados (mesmo possuindo um Death Note, tem suas limitações na hora de matar, como precisar saber o nome da vítima), seria impossível ser um Deus e cumprir sua ambição de construir um mundo perfeito.Em sua primeira finalização e segunda abertura, podemos observar a presença de corvos. Presente em várias mitologias, há quem acredite que os corvos trazem má sorte, mas em muitas mitologias é um pouco diferente. Na Bíblia, o corvo é quem vem a terra verificar se após o dilúvio a terra começa a reaparecer por cima das águas. Nas lendas célticas aparecem muitas vezes com um papel profético, e também seria um símbolo de solidão ou isolamento voluntário, daquele que resolveu viver em um plano superior. Voltando a Death Note, podemos traçar um paralelo entre o poder de trazer a infelicidade do corvo ao poder que o Death Note tem. Ao entregar o caderno a Raito, Ryuuku avisa que aqueles que tiverem a posse do Death Note só podem esperar um final trágico para si, e os que usassem-o não entrariam nem no céu, nem no inferno. Mesmo assim, Raito julga-se superior a tudo, talvez por seu senso de justiça ou por sempre se considerar superior devido a sua inteligência, e passa a se comportar como se realmente fosse um mensageiro de Deus, alguém que veio ao mundo para trazer paz e justiça. Isso mostra muito do perfil de Raito, que acredita poder mudar seu destino a qualquer momento, acreditando inclusive ter poder sobre todos ao seu redor. Em Zetsubou Billy isso se comprova, pois vemos Raito caminhando meio aos carros sem sofrer nenhum ferimento, e caminhando na direção oposta às pessoas da rua.Também não podemos deixar de falar da maçã, um dos grandes símbolos do anime. Em The World podemos ver uma cena onde Raito oferece uma maçã a Ryuuku, que se assemelha em muito à pintura “A criação de Adão” de Michelangelo, que se encontra na abóboda da Capela Sistina. Trazendo a referência para o anime, vemos Ryuuku recebendo uma maçã de Raito. Ryuuku representa então Deus, já que ele teria feito de Raito, um simples estudante, uma personalidade divina, Kira, então a maçã seria uma forma de oferenda de Raito a Ryuuku por tê-lo transformado num Deus. Também pode ser interpretado como o renascimento de Raito, agora como um Deus.Também vemos muitas vezes a presença da cruz nas aberturas e finalizações, possuindo simbolismo ascensional. A tradição cristã enriqueceu prodigiosamente o simbolismo da cruz, condensando nesta imagem a história da salvação e da paixão do Salvador. A cruz simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo, a segunda pessoa da Trindade. Raito ascendia cada vez mais, e é um fato conhecido que quanto maior a altura maior a queda, e esse fato é confirmado quando vemos Raito caindo, em estado de choque, como quem está derrotado.
Podemos encontrar muito da simbologia cristã nos episódios da série também, como uma referência a cerimônia de Lava pés, onde Jesus, antes da Santa Ceia, lava o pé de seus discípulos como sinal de humildade, etc.
[...]Outro aspecto marcante em Death Note é sua incrível trilha sonora. Conheça mais sobre suas aberturas e finalizações:Temas de Aberturaepisódios 1 a 19: The World — Nightmare;episódios 20 a 37: What's Up People? — Maximum the Hormone.Temas de encerramentoepisódios 1 a 19: Alumina — Nightmare;episódios 20 a 36: Zetsubou Billy — Maximum the Hormone;episódio 37: Coda (instrumental)Para os que gostam de jogos, três jogos baseados em Death Note foram lançados para a plataforma Nintendo DS. O primeiro a ser lançado foi Death Note Kira Game, seguido de L – The Prologue to Death Note e Death Note – L o Tsugu mono, todos com o tema de investigação.Como não podia faltar, aí vem a opinião do leitor, que dessa vez é da nossa querida colunista Daniela Rigon, conhecida apenas como Danixan:"Eu amei Death Note porque me lembra muito livros de mistérios e crimes, com muitos jogos psicológicos e seus personagens marcantes"
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